por Peter Chojnowski
(2011)
As verdadeiras expressões "proféticas" e a análise das circunstâncias atuais, juntamente com a consideração das leis escritas na natureza humana que se manifestam na história, podem fornecer uma predição a respeito do resumo das coisas que virão. Este julgamento de mentes bem informadas e perceptivas é um pouco minado por um único fator. O universo, e o "universo" da sociedade humana no qual as leis inerentes escritas na natureza humana por seu criador revelam eventos históricos por si mesmas, é também um universo contendo criaturas livres que são indeterminadas quanto aos meios que elas podem empregar para alcançar seu fim humano específico. A liberdade humana insere uma variável na necessidade material do universo. Esta contingência e variabilidade tem sua fonte última na espiritualidade da alma humana. É precisamente por causa da sua rejeição materialista da alma humana que Karl Marx, por exemplo, poderia ridiculamente fazer previsões tão precisas como outras previsões para o movimento "necessário" da economia, da política e da história social. Isto não significa, porém, que não exista uma lei natural inerente que determine qual esforço humano "funcionará" e qual levará à catástrofe. Durante os séculos XIX e início do século XX, houve um grupo de estudiosos, teólogos, filósofos, críticos sociais e poetas que previu o inevitável desaparecimento do sistema econômico capitalista que estava se desenvolvendo apenas na Europa continental, mas que estava em funcionamento há 100 anos na Inglaterra. Quando você lê seus trabalhos, especialmente os autores britânicos do início do século 20, aqui incluímos Hilaire Belloc, G.K. Chesterton e Arthur Penty, descobrimos que suas análises são mais válidas hoje do que há 70 ou 80 anos, que suas previsões provavelmente serão cumpridas em breve. O que eles previam era nada menos que o colapso do sistema capitalista. No caso de Belloc, em seu livro "O Estado Servil", previa-se que o capitalismo logo se transformaria em um sistema econômico e social que se assemelharia às economias escravistas das eras pré-cristãs e cristãs primitivas. Por que eles previam tal colapso ou transformação inevitável? Em seus escritos, muitas razões são dadas, porém, podemos reduzi-las a três. A primeira, referindo-se ao "paradoxo capitalista". O paradoxo é uma consequência do capitalismo ser um sistema econômico que, a longo prazo, "impede as pessoas de obter a riqueza produzida e impede o proprietário da riqueza de encontrar um mercado". Como o capitalismo luta tanto por níveis mais altos de produção e salários mais baixos, finalmente "o trabalhador que atualmente produz diz que não pode comprar as mesmas botas que o trabalhador fez". Isto leva à "posição absurda de as pessoas fazerem mais bens do que necessitam e terem ainda menos bens disponíveis do que precisam para si próprias".