por Julius Evola
(1933)
A doença niveladora e despersonalizante que prostra a civilização moderna tem aspectos tão complexos e tentaculares que nem todos são capazes de reconhecê-la por trás das máscaras, a fim de opor uma revolta decisiva e uma reação consciente a cada uma de suas formas.
Assim é que, não contente em ter agora quase irremediavelmente comprometido aquelas diferenças de casta, natureza e dignidade interna que foram o início de toda organização tradicional saudável; esforçando-se para trazer todo valor sob a lei da quantidade e o anonimato do mero coletivo social, uma ideologia contaminante quer que, após o nivelamento entre homem e homem, se proceda também a um entre sexo e sexo e que nisso se considere isso uma "conquista, um "progresso". E ainda assim, do mesmo estoque anti-hierárquico e antiqualitativo de tantas formas de degenerescência moderna, vemos a repulsiva "feminista" surgindo e tomando forma em dois países que são quase como os dois ramos de uma única pinça no processo de fechamento, do Leste e do Oeste, em torno da antiga Europa: Rússia soviética e América - já que a parificação bolchevique das mulheres com os homens em todos os aspectos da vida social é perfeitamente igualada pela completa emancipação que há muito lhes é concedida do outro lado do oceano.
Não se trata de aversões pessoais, nem dos preconceitos de uma época ou de um povo. O fenômeno feminista deve ser considerado essencialmente um sintoma que, ligado por uma lógica precisa a muitos outros, indica o advento de uma concepção através da qual o próprio ideal de "cultura", de civilização, especialmente no sentido clássico tradicional, vem a ser afetado mortalmente.
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