por Julius Evola
(1941)
O simbolismo da águia é "tradicional" em um sentido mais elevado. Ditado por razões analógicas precisas, está entre aqueles que testemunham um "invariante", ou seja, um elemento constante e imutável, dentro dos mitos e símbolos de todas as civilizações tradicionais.
As formulações particulares que este tema constante recebe são, no entanto, naturalmente diferentes de acordo com a raça. Digamos imediatamente que o simbolismo da águia na tradição dos povos arianos teve um caráter distintamente "olímpico" e heroico, algo que propomos esclarecer no presente trabalho com um grupo de referências e aproximações. Quanto ao caráter "olímpico" do simbolismo da águia, ele já resulta diretamente do fato de que este animal era sagrado ao Deus olímpico por excelência, Zeus, que por sua vez nada mais é do que a representação ário-helênica particular (e mais tarde, como Júpiter, ário-romana) da divindade da luz e da realeza venerada por todos os ramos da família ária. Outro símbolo, o do relâmpago, foi por sua vez ligado a Zeus, e vale a pena lembrar disto, pois veremos que desta forma muitas vezes ele completa o simbolismo da própria águia. Recordemos outro ponto: de acordo com a antiga visãoária do mundo, o elemento "olímpico" é definido sobretudo em sua antítese em relação ao elemento titânico, telúrico e até mesmo prometeico. Agora, é precisamente com o relâmpago que Zeus derruba os Titãs no mito. Nos arianos, que viam cada luta como uma espécie de reflexo da luta metafísica entre as forças olímpicas e titânicas, e que se viam como uma milícia das primeiras, vemos a águia e o relâmpago como símbolos e insígnias que contêm um significado profundo e geralmente negligenciado. Segundo a antiga visão ária da vida, a imortalidade é algo privilegiado: não significa simples sobrevivência à morte, mas participação heroica e régia no estado de consciência que define a divindade olímpica.
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