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Carlo Terracciano - A Doutrina das Três Libertações

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por Carlo Terracciano

(2000)



“A liberdade anela, que é tão cara:
Sabe-o bem quem por ela a vida expele”.
(Dante Alighieri, Purgatório, Canto I, vv. 71-72)

Premissa

A liberdade é parte mesma da Essência e da existência de um homem, como de um povo; de todo homem e de todo povo enquanto tal.

Tanto isto é verdade que ela é hoje considerada um direito fundamental de todo cidadão e desde a mais remota antiguidade a diferença substancial entre os homens era exatamente representada pela faculdade ou impossibilidade de poder dispor livremente de si mesmo e dos próprios bens. Na ausência dessa faculdade, se caía em escravidão, na disponibilidade, portanto, de outros que podiam dispor segundo seu prazer e capricho da pessoa do escravo, podendo até privá-lo da própria vida.

A escravidão no mundo foi abolida oficialmente há menos de um século e meio, excetuando-se casos muito recentes, mas apenas para ser substituída por formas mais ocultas e sutis de dominação praticamente total e absoluta sobre os homens, os povos, as nações, continentes inteiros, até envolver todo o globo. Dominação militar, econômica, política, religiosa, psicológica, cultural e no dia de hoje até biológica, informática, ambiental, etc.

Sobre a natureza e o conteúdo da liberdade, seus limites tem sido pensados ao longo dos milênios pelos intelectos mais agudos dos “filósofos”, no sentido etimológico do termo.

As Três Libertações

A Doutrina das Três Libertações, que podemos também definir Doutrina da Libertação Integral, pretende tratar dos aspectos comunitários da liberdade do homem, entendido não como indivíduo singular, mas sim como Pessoa; não Mônada isolada e fechada, mas parte orgânica de um todo, membro ativo e consciente, funcional à Comunidade.

Ela trata, portanto, da Libertação Nacional, da Libertação Social e da Libertação Cultural. Partindo de uma visão tradicional anagógica, orgânica e holística da existência, pretende-se assim analisar a liberdade (ou a sua ausência) e os limites da mesma no que concerne os vários aspectos do Homem como ser social: indissoluvelmente ligado seja por vínculos de sangue, seja de cultura e de relações sociais, ou seja de História e de Geografia, aos próprios semelhantes naquela unidade viva que é a Comunidade de Destino, agente na história e no espaço vital geográfico.

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