por Alejandro Linconao
(2020)
O homem clássico se reconhecia como parte da natureza. Não entendia nada como estando fora do universo; nada de ordem material ou imaterial escapava a ele. Homens e Deuses, rochas e oceanos, as estrelas e o universo inteiro compartilhavam uma mesma morada. O reino dos mortos era um âmbito a mais dentro dele, assim como são os cumes das montanhas. O divino estava na natureza e não era externo a ela.
A natureza, segundo o pensamento clássico derivado de Hesíodo, era eterna e incriada, sempre existiu. Também Heráclito e Parmênides compreendiam o universo como incriado e imperecível. Não criado por nenhum deus ou homem, é eterno, sempre foi e sempre será (Heráclito, 1981, pp. 336-340). Mesmo outras cosmogonias, como a de Tales de Mileto ou Anaxímenes, que derivam o universo da água ou do ar, entendem que nada escapa ao natural.
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