por Carlos Xavier Blanco
(2012)
Introdução
Neste ensaio, meditaremos sobre o Ocidente. Faremos isso principalmente com a orientação de Oswald Spengler, mas sem esquecer Nietzsche, Marx, Freud, Fromm e outros grandes pensadores. O filósofo germânico, genial autor de A Decadência do Ocidente, previu, entre o estrondo dos tambores de guerra que assolavam a Europa no início do século XX, a morte de nossa civilização e a necessidade de libertar, por meio de uma guerra expansiva, as últimas possibilidades de uma civilização velha, prestes a se tornar cadáver e tempo reduzia a fósseis de formas caducas. O pluralismo cultural de Spengler pressupõe o fim das abstrações vazias: Humanidade, assim como Progresso ou Liberdade, Igualdade ou Fraternidade, são esses novos deuses frios e abstratos, que não exigem mais do que uma devoção morna e que são tão caducos quanto a própria Modernidade que os criou. Os ideais da Ilustração e da Revolução conspiraram com a coisificação do homem no industrialismo e prepararam o cenário de uma Europa de fábricas, de “mão de obra” e de cidades globais absolutamente artificiais, desconectadas progressivamente da cultura que as precedeu.
Mas «a humanidade» não tem um fim, uma ideia, um plano; assim como não tem fim nem plano a espécie das borboletas ou das orquídeas. «Humanidade» é um conceito zoológico ou uma palavra vã. Que desapareça esse fantasma do círculo de problemas referentes à forma histórica, e veremos surgir com surpreendente abundância as verdadeiras formas.
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