por Angelo Abis
(2020)
A vulga histórica mais estabelecida faz questão de descrever Antonio Gramsci e Benito Mussolini como duas personagens totalmente antagônicas, como se viessem de mundos completamente diferentes. Gramsci, fundador do Partido Comunista da Itália, foi um político consistente até sua morte, um líder intelectual e filósofo, um homem gentil mas firme, um pensador atencioso e rigoroso. O outro foi o fundador do Fascismo, um político sem escrúpulos, capaz do transformismo mais desenfreado, um homem agressivo e arrogante. O quadro seria perfeito, pelo menos para Gramsci. Contudo, há alguns fatos que contradizem esta visão mais ou menos idílica da personagem, começando por Gramsci seguindo Mussolini, abandonando o Partido Socialista, no caminho do intervencionismo, passando pelo caloroso elogio que Gramsci faz, nos cadernos de notas da prisão, ao escritor e intelectual Mussolini em relação ao "Diário de Guerra" do último, e por fim o grande número de cartas que o primeiro endereçou ao segundo quando estava na prisão.
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