por Aleksandr Dugin
(2018)
Os protestos na França, simbolizados pelos Coletes Amarelos, abrangem uma porção cada vez maior da sociedade, de modo que analistas políticos já chegam a falar em uma “nova revolução”. De fato, a magnitude do movimento dos Gilets Jaunes atingiu um patamar tão drástico, que coloca-se como tarefa absolutamente urgente analisá-lo (enquanto fenômeno) mais profundamente.
Estamos lidando com uma manifestação viva do populismo europeu contemporâneo. O significado do populismo, enquanto fenômeno atado à estrutura política das sociedades formadas na esteira da Grande Revolução Francesa, isto é, baseadas no confronto entre direita e esquerda, está mudando radicalmente, uma vez que os movimentos populistas rejeitam o esquema político clássico de esquerda/direita e não seguem qualquer vertente ideológica rígida — seja à direita ou à esquerda. Essa é, em linhas gerais, a força e a fonte de sucesso do populismo: ele não opera segundo regras predefinidas e possui sua própria lógica.
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