por Claudio Mutti
(2012)
Quando, como adolescente, vi Acossados no cinema, não podia imaginar que mais tarde lidaria com Jean Parvulesco, cujo papel foi interpretado no filme por Jean-Pierre Melville. Entretanto, alguns anos depois, em 1974, aprendi com os procedimentos de um julgamento político que o personagem da história de Jean-Luc Godard realmente existia e que ele queria fazer um acordo com outros subversivos, com vistas a um próximo Endkampf [1], baseado em dois pontos: "a) adesão à política de luta internacional contra o bipolarismo russo-americano na perspectiva da "Grande Europa", do Atlântico aos Urais; b) contatos com as forças que a partir do gaullismo e do neutralismo eurasiático propunham esta linha internacionalista" [2].
Três anos depois, em 1977, por acaso li em um boletim editado por Yves Bataille, "Correspondance Européenne", um longo artigo intitulado A URSS e a Linha Geopolítica, que parecia confirmar os rumores espalhados por alguns "dissidentes" soviéticos sobre a existência de uma tendência eurasianista dentro do Exército Vermelho. O autor do artigo (do qual publiquei a tradução italiana na edição de janeiro-abril de 1978 de um periódico intitulado "Domani") foi Jean Parvulesco, que resumiu nos pontos seguintes as teses fundamentais do que ele apresentou como "os grupos geopolíticos do Exército Vermelho", teses expressas em uma série de documentos semiclandestinos que haviam entrado em sua posse.
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