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Alain de Benoist - Sobre Homens e Animais

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 por Alain de Benoist

(2021)


O pensamento antigo - com Tales, Anaximandro, Heráclito, Xenófanes e muitos outros - era fundamentalmente monista. A partir da constatação de opostos, não se derivava o dualismo, mas a conciliação dos contrários. Na Antiguidade, a divindade não era confundida com os homens, os homens com os animais, os animais com o mundo vegetal, os vegetais com matéria inanimada, mas a cada um era atribuído um nível diferente dentro de um processo contínuo de percepção. Para os antigos, tudo era vivo, tanto humanos quanto animais, a partir de um princípio de vida e movimento, que os gregos chamavam de psyche, um termo geralmente traduzido como "alma" (note-se que o termo latino anima está na origem da palavra "animal").

Para Aristóteles, o homem é meramente um animal dotado de logos, o único animal "racional". Note, entretanto, que Aristóteles não diz que o homem é o único ser dotado de razão, mas que ele é o único "animal dotado de razão", fórmula que mostra claramente o que une o homem e o animal e, ao mesmo tempo, o que os diferencia. Para Aristóteles, a alma do homem difere da dos animais no sentido de que o homem pode acessar o pensamento conceitual e extrapolar noções gerais a partir de suas percepções singulares, mas esta diferença, embora decisiva, é ao mesmo tempo relativa: não se trata de uma ruptura clara entre o mundo animal e o mundo humano, mas de uma escada ininterrupta do mundo inanimado até Deus. Em outras palavras, Aristóteles reconhece a unidade do mundo, do mundo inteiro, e introduz uma hierarquia nele.

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