por Carlos Fernando Rodríguez
(2019)
História como "Leitmotiv"
Entre os motivos dos atos revolucionários da modernidade, os infames flagelos da escravidão, da servidão, da miséria, da desigualdade, da ignorância e da submissão sempre marcharam por seus caminhos retóricos. Motivações tangíveis e conscientes que transitam da boca dos indivíduos aos parlamentos das grandes sociedades contemporâneas e cujo combate cimenta as razões de ser dos nossos pactos sociais modernistas. Muito menos anunciado é o papel dos conceitos- imagem que são transparentes à nossa compreensão quotidiana da realidade e que, ao contrário das suas qualidades superenfatizadas e sobrestimadas, conformam o núcleo rizomático que emociona o movimento dos homens, das sociedades, das épocas. Falamos das ideias capitais que constroem as visões sobre o mundo, os homens e a história: a grande tríade metapolítica. É especialmente sobre esta última variável da equação - história - que como categoria fundamental, gravita o pensamento profundo de dois grandes gênios mantidos separados por antípodas geográficas, mas reunidos num espírito muito singular da crítica contra a modernidade. Nicolás Gómez Dávila, gênio extemporâneo do pensamento colombiano, e Aleksandr Gel'evich Dugin, grande ilustre da intelectualidade russa; representam dois táxons de uma mesma filosofia, erguendo paralelos na denúncia iliberal e construindo sua crítica, sua poesia e sua análise em torno dos diferentes sentimentos da história que estão sendo reproduzidos até a morte em nossa época contemporânea.
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