por Hans Thomas Hakl
(2018)
Os Primeiros Anos
Os esforços de Evola para superar as condições ordinárias da vida podem ser detectados quando ele ainda era um homem jovem. Isso logo o levou a uma exploração de reinos transcendentais não circunscritos por limites materiais. Em sua "autobiografia espiritual", escrita em 1963, ele observou que seu impulso decisivo para a transcendência "se manifestava" nele "desde os primeiros anos".[1] Isso também pode ser visto claramente em seu período artístico, de 1915 a 1923, quando se tornou um dos mais renomados dadaístas da Itália. Em sua brochura “Arte astratta” [Arte Abstrata], escrita em 1920, quando tinha 22 anos, ele o expressou da seguinte maneira:
“Eu vejo a arte como uma criação desinteressada que vem da consciência superior de um indivíduo e é, portanto, capaz de transcender as paixões e as cristalizações que são baseadas em experiências comuns, e que é independente delas”.[2]
Outro sinal do anseio de Evola pela transcendência é a recorrência do simbolismo alquímico em sua arte abstrata.[3] Esse desejo de ser diferente do homem comum também se manifesta em sua luta por uma autossuficiência absoluta do Eu como condição necessária para a liberdade genuína. Não depender de nada fora de si mesmo era o seu objetivo último. Foi o jovem filósofo italiano Carlo Michelstaedter (1887-1910) que o guiou nesta direção, e Evola continuou a trabalhar para este fim pelo resto de sua vida. “Assim” - dizia ele – “o valor real só se encontra naquilo que existe para si mesmo, que não demanda o princípio da vida interior e do poder pessoal de nada ou ninguém – na autarquia”.[4]