por Aleksandr Dugin
(2020)
O Coronavírus e o Colapso da Ordem Mundial
Nas últimas décadas, tem havido grande expectativa a respeito do surgimento de algo fatal, irreversível, decisivo. Talvez a epidemia do coronavírus seja esse algo. É muito cedo para tirar conclusões exatas, é verdade, mas alguns elementos geopolíticos e ideológicos parecem ter ultrapassado um limiar sem retorno. Em outras palavras: a epidemia de coronavírus representa o fim da globalização.
A Sociedade Aberta reúne as condições necessárias para a pandemia. Aqueles que escolheram derrubar as fronteiras foram os mesmos que, fatalmente, prepararam o território para a aniquilação total da humanidade. Você pode rir, sim, mas logo vai aparecer alguém vestindo um roupão Hazmat branco para tirar o sorriso (inadequados) do seu rosto; e então, só o fechamento poderá nos salvar. Fechamento em todos os aspectos: fronteiras fechadas, economias fechadas, fornecimento fechado de bens e produtos; o que Fichte chamou de Estado de comércio fechado. Soros deve ser linchado, e um monumento deve ser construído para Fichte. Essa é a primeira lição.
A segunda: o coronavírus é a última página do liberalismo. O liberalismo, em todos os sentidos, tornou mais fácil a propagação do vírus — já que a epidemia requer a demolição de todas as fronteiras. O liberalismo, portanto, é o vírus. Logo, logo e os liberais serão equiparados a “leprosos” e “maníacos” contagiosos, que falam em dançar e se divertir em meio à peste. O liberal é o portador do coronavírus, seu advogado por excelência. Isso ficará mais evidente caso se verifique mesmo que o vírus foi criado nos Estados Unidos, a cidadela do liberalismo, como uma arma biológica. Segunda lição: o liberalismo mata.