Quantcast
Channel: LEGIO VICTRIX
Viewing all articles
Browse latest Browse all 962

Javier Esparza - Revisar Spengler: Da Filosofia da Vida à Filosofia da Crise?

$
0
0
por Javier Esparza



Quando a sombra de um autor (um filósofo, um político, um poeta...) gravita sobre a alma de uma época que não é a sua, as razões podem ser de dois tipos. Um, o interesse dos mandarins do poder cultural por reatualizá-lo, relê-lo e interpretar suas ideias de acordo com a ideologia social oficial: lhe serão dedicados seminários na Universidade, artigos nos jornais de grande circulação, programas biográficos na televisão, etc., e finalmente será adaptado (digerido) pelo sistema; dois exemplos recentes: Ortega e Unamuno. O outro tipo de razões pelas quais um autor pretérito pode permear o ânimo de uma época determinada é a vigência de suas ideias, a retidão de suas intuições, a presença molesta de sua concepção do mundo nos foros onde se ventila qual há de ser o pensamento oficial: ele será ignorado, não se escreverá sobre ele nos jornais, nem se falará dele na televisão, mas suas ideias, como uma sombra fatídica, acompanharão os oradores do pensamento oficial obrigando-os a criticar continuamente as posições desse autor. Tal é o caso de Spengler, mais conhecido em nossos dias pelas críticas que dele se fazem do que pelas coisas que disse e pensou. Não obstante, é precisamente em seu pensamento que se encontra a chave de sua vigência, da pós-modernidade à epistemologia moderna, e passando pela literatura de antecipação. É neste marco que conceitos tipicamente spenglerianos como decadência (a da Europa), homem felash (o homem ocidental) e pessimismo (o nosso) encontram sua melhor acomodação. 

Continue lendo...

Viewing all articles
Browse latest Browse all 962

Trending Articles